Rede Acolhimento Colaborativa um modelo de projeto colaborativo exitoso no sistema de acolhimento institucional do DF.
O presente artigo fez parte de um projeto colaborativo desenvolvido em uma Formação de Facilitadores da Mentoria Orgânica, coletivo vinculado a Universidade de Sabedoria Ancestral Internacional, durante sua passagem por em São Paulo e Brasília no segundo sementes de 2017.
Todas as propostas bem como as iniciativas estão em processo de institucionalização pela Promotoria da Infância e Juventude do DF por meio da Promotora da Infância e Juventude, Dra Luísa de Marillac e sua equipe.
Provocar a todos a facilitar processos disruptivos por meio de seus sonhos, ideias e superação de desafios, é a essência de nossos encontros durante as as formações que realizamos. Quase sempre elas geram para nós do coletivo Mentoria Orgânica, um grupo de aprendizes autônomos, inquietudes e grandes jornadas de colaboração.
O sistema de acolhimento institucional da infância e juventude no Brasil tem apresentado muitos desafios e provas, mas também, muitas alegrias e surpresas positivas durante os meses em que estivemos presentes.
É verdade que encontramos nesse segmento da sociedade um cenário complexo, crianças e jovens que por alguma natureza de motivo foram impedidos de continuar vivendo com suas famílias.
Quase sempre uma violação de direito ou uma falha na conduta de convivência entre o jovem menor de 18 anos e a família acabaram gerando conflitos que levam a muitos jovens serem institucionalizados pelo Estado por meio do sistema de acolhimento.
A vulnerabilidade social é grande e o risco desses jovens expostos a diversos níveis de abandonos buscarem acolhimento no tráfico de drogas e na exploração sexual já é uma realidade para muitos.
O ecossistema de acolhimento compõe diversos atores e protagonistas que estão a serviço do estado para cumprir o dever de cumprir o estatuto da criança e adolescente.
Para saber mais sobre o estatuto da criança e adolescente clique aqui.
Em junho de 2017 na cidade de São Paulo realizamos a primeira formação de facilitadores de projetos colaborativos de SP. Na ocasião tivemos a participação da promotora da infância e juventude Luísa, por sua agenda, ela acabou perdendo a turma de Brasília.
Durante essa jornada de aprendizagem coletiva recebemos muitos estímulos sobre o sistema de acolhimento e desenhamos juntos com diversos protagonistas e antagonistas um projeto colaborativo que por surpresa tornou-se uma rede colaborativa.
A partir de aqui narramos como o projeto colaborativo percorreu seu caminho para vir a ser uma rede colaborativa de forma espontânea.
Semeando o Projeto Colaborativo
Em final de Julho de 2017 voltamos a Brasília para realizar uma nova turma de Facilitadores na Casa Ponte a convite do coletivo de fluxo A Ponte. Nessa visita fomos visitar a Luísa para dar continuidade no projeto que poderia aliviar a “dor” que ela nos apresentou durante a formação de facilitadores de São Paulo/SP em Junho.
Como podemos trabalhar dentro de um sistema institucionalizado onde um sistema legalista nos impõe muitas barreiras? Pois essa pergunta não foi feita pela promotoria!
A Dra. Luísa demonstrou uma grande esperança em desenvolver conosco uma estratégia que pudesse motivar os jovens e oferecer a eles oportunidades sociais.
Durante nosso encontro buscamos analisar como poderíamos ter contatos com os jovens para poder vivenciar esse contexto e aprender com ele. Escutando Luísa sentimos que sua necessidade estava em aproximar os jovens do processo de participação e tomada de decisões institucionais que impactam diretamente suas vidas.
“Devemos facilitar a preparação do jovem acolhido, para que ele participe nos ambientes institucionais de maneira a nos ensinar, apreciando sua experiência do sistema de acolhimento, pelo fato deste jovem vivenciá-lo diariamente este contexto, devemos incluir-lo como um dos especialistas do assunto” comentou Luísa.
Realizamos concomitantemente um trabalho de análise de memórias e atas dos encontros da rede de acolhimento institucional onde coletamos diversas informações importantes. Para visualizar essa análise sintética clique aqui.
Após analisar as atas e memórias da reuniões e desenhar algumas possibilidades, iniciamos o processo visitando aluns lares para conhecer onde vivem esses jovens e também para saber deles o que eles pensavam a respeito de um evento dessa natureza.
Durante as visitas realizamos com a autorização dos diretores, técnicos, mães sociais e jovens uma pequena terapia comunitária integrativa.
Os encontros nos revelaram que tanto os jovens acolhidos como os técnicos educadores estão necessitados de acolhimento. Para as mães sociais a jornada de trabalho é complexa e exaustiva emocionalmente.
Após as visitas reunimos mais uma vez na promotoria de infância e juventude do DF, agora, para definir a data e a convocação da Formação de Líderes Participativos.
Após essa reunião realizada em Agosto de 2017, publicamos o programa da formação e a convocatória aos lares sociais por meio da equipe de apoio institucional do MP.
Para ter acesso ao programa da formação de Liderança Participativa que desenhamos de forma colaborativa clique aqui.
Concomitantemente a essas ações voltadas aos jovens realizamos uma ação transversal com o intuito de compartilhar nossas necessidades.
Havíamos realizado em Abril de 2017 uma visita na UNIPAZ onde conhecemos por meio do Matheus Dounis o reitor Roberto Crema.
Na ocasião tivemos o convite do Matheus de facilitar uma cerimônia na UNIPAZ com a turma de Direitos Humanos da UNB da atriz Maria Paula.
Nesse instante onde conhecemos Maria Paula tivemos o convite de conhecer o CERRATENSES, ou, Centro de Excelência de Estudos do Cerrado, localizado no Jardim Botânico de Brasília.
Durante essa visita perguntamos qual era o sonho da Maria Paula. Ela nos comentou que por meio da Embaixada da Paz, projeto que move seu coração, ela gostaria de realizar um projeto com crianças.
Nesse momento conectamos com Maria Paula e perguntamos se haveria a possibilidade de realizarmos a formação de liderança participativa no Jardim Botânica, para jovens acolhidos, mais especificamente, no CERRATENSES. Aguardamos então a resposta, até que, estava aprovado!
Já havíamos agendado a data, tínhamos o local, o transporte e agora nos faltava voluntários para diversas áreas: alimentação, apoio com os jovens e logística.
Nesse momento acionamos os facilitadores da primeira formação de Brasília, realizada em Abril de 2017 e muitos nos responderam que apoiariam o projeto colaborativo voluntariamente.
Criamos um grupo no WhatsApp chamado Embaixadores da Paz e começamos uma articulação por meio deste grupo. Para fazer parte do grupo clique aqui.
Abaixo a foto da primeira turma de Facilitadores de Projetos Colaborativos de Brasília com os facilitadores que participaram do processo com os jovens.
Tendo voluntários nos faltava agora percorrer um caminho de preparação e o mais importante no momento era providenciar a alimentação para os jovens.
Esse foi um ponto em que tivemos a vontade de atuar desde do nosso núcleo de relações comunitárias, solicitamos apoio aos devotos de Krisna que nos ajudassem com a preparação considerando que o alimento para eles é uma oferenda a divindade, processo esse, que transforma o alimento material em alimento transcendental.
Durante o processo de cozinhar para os jovens os integrantes do templo de sabedoria, Jnana Mandiran, localizado no lago norte nos relataram que pela primeira vez em 30 anos haviam visto uma flor de lótus dourada que abriu somente nesse dia.
Germinando o Projeto Colaborativo
Chegou o dia da Formação e já tínhamos a operação preparada.
Logo cedo realizamos uma oferenda ao território e agradecemos por nos receber.
Em seguida os jovens chegaram!
Cultivando o Projeto Colaborativo
Primeiro dia de atividades com os jovens acolhidos:
Recebemos os jovens com um café da manhã, considerando que, por acordarem muito cedo, eles estavam com fome. Nosso pedido foi de que eles chegassem já com o café da manhã tomado, porém, por terem saído muito cedo, muitos não comeram.
Círculo de Escutas-Ativa:
A atividade inicial que elaboramos teve como objetivo trabalhar com as seguintes habilidades cognitivas: Sentir, Pensar, Deliberar e Refletir.
Utilizamos três perguntas geradoras associadas ao LAR.
1. Como manter-nos unidos?
2. Como encontrar minha força?
3. Onde está nossa magia?
Inter geracional e cultural:
Os grupos Formados contaram com educadores e mães sociais, promotoras públicas e agentes do estado bem como voluntários, universitários e jovens de outras classes sociais.
Identidade dos temas dos grupos reveladas na dinâmica:
1. Autoconhecimento
2. Integração com a Natureza
3. Comunicação Artística desde do Coração.
Detalhamento dos grupos de trabalho:
Grupo 1: Cebola Infinita
Identidade Coletiva:
Através dos desenhos foi gerado um consentimento para a escolha do nome e da história a ser narrada pelo grupo.
Tema:
Ajudar uns aos outros pela união
Grupo 2: Elementos da Natureza
Identidade Coletiva:
A união na diversidade.
Tema:
Narrou sobre os elementos da natureza
Grupo 3: Sarau Papo Reto
Identidade Coletiva:
Conexão de Força Divina c/ Interior
Tema:
Narrou sobre os assumir-se e ser o que se é.
Importante analisarmos que todas as temáticas que foram revelados nos grupos de trabalho coletivos tem uma relevância grande com a característica dos participantes convidados, quer dizer, que cada dos grupos havia um influenciador que serviu como um referenciador aos jovens daquele grupo.
Apesar de constatarmos isso, na dinâmica não foi solicitado aos adultos ou voluntários que influenciassem, quer dizer, o processo foi espontâneo.
Na primeira atividade tivemos um processo oculto revelado: naturalmente o papel de orientação emerge, se estamos jogando uma proposta desvinculada de orientação. Essa revelação nos remete a importância dos processos lúdicos para com os jovens.
Isto é, se tivéssemos orientando formalmente, com essa intenção clara, perderíamos a atenção de alguns dos jovens, o que de fato aconteceu e descobrimos em seguida, quando a dinâmica de grupos terminou.
Estava claro que o processo que inciamos com o grupo havia acabado e não era preciso analisar muito, estávamos todos juntos, mas agora, era preciso agir sem uma proposta de continuidade definida e ou formalizada, deixamos de lado nossa programação e perguntamos aos jovens o que eles gostariam de fazer: perguntamos, o que temos de propostas por parte da vontade de vocês?
O que faremos juntos agora?
Espaços Livre de Aprendizagem:
A busca pelo que agradava aos que não se encaixavam foi essencial para a criação de novos espaços.
O artista ou a arte não se encaixa em espaços pré-definidos. As atitudes de transgressão são expressões artísticas a espera de uma canalização
Parte dos jovens que não sentiram-se a vontade para debater o que fizeram iniciaram por meio da provocação dos facilitadores uma batalha de RAP, que seria um forma de expressar o que sentimos pela música e a batida.
O que poderia ter sido uma situação negativa, ou seja, a perda de interesse de parte dos jovens na continuidade das atividades de debate, acabou unindo a todos em um divertido rito de passagem de uma atividade a outra.
Como o grupo era grande, o esforço para manter os jovens de diferentes lares sociais juntos promovendo atividades com os voluntários e facilitadores foi grande e aos poucos íamos tentando chegar a eles para realizarmos atividades de forma coletiva. O nosso propósito era esse, investigar como poderíamos trabalhar juntos de forma participativa.
Novamente, por meio da linguagem lúdica era possível retomar o sentimento de coletividade. Nosso objetivo como facilitadores estava em manter a unidade e construir um ambiente de grupo, e para isso, nos esforçamos muito para ter sempre o máximo de jovens participando das atividades.
Ainda sim, alguns ficavam fora, não sentiam o interesse de integrar o grupo. Esse auto abandono para nós fica evidente como sintoma de pedido de cuidado individual. E para esses casos tratamos de atuar também.
No caso do jovem Diogo, era evidente que ele tinha um potencial de trabalho em grupo, e uma personalidade particular. Foi pela música que conseguimos integrá-lo.
Não somente a ele, mas vários jovens que apresentavam o mesmo padrão de comportamento de distanciamento, para nós, conhecer esses jovens e querer que já sejamos amigos é um desafio natural, pois, era o primeiro contato com eles, agora estávamos realmente comprometidos em fazer um serviço desinteressado, sem expectativa aos resultados e de fato nos tornar amigos deles por meio de um processo espontâneo e natural.
No caso do Luan, a facilitadora Laura esforçou-se em conectar-se com o jovem e o fez um forte aliado no processo. Tivemos um Luan na chegada e outro durante o processo do encontro. Ele nos ajudou a partir dessa conversa e revelou-se um líder nato apoiando nos serviços de servir o almoço e limpeza, bem como de orientação dos outros jovens no momento de atuar em grupo.
Chegamos na metade do primeiro dia! Almoço do templo servido!
Primeiro dia no período da tarde:
Novos Caminhos:
Entender as diversas formas de expressão e gerar espaços onde todos possam sentir-se cômodos para criar, expressar, comunicar-se.
Para isso sentimos que é preciso trabalhar três pontos desafiadores:
1. Claridade do Propósito (Intenção) de estarmos juntos
2. Espaços de Cuidado Individual
3. Inclusão do Cuidado Individual com Coletivo
Consideramos que para participar de um processo precisamos antes de confiança e conexão. Para isso expressamos essa duas etapas — processos pela palavra “cuidado”.
Na parte da tarde naturalmente se formaram grupos. Passamos então a buscar interagir cada facilitador com um grupo de maneira natural. Laura passou a atender uma jovem que tinha dores no corpo. Logo, várias meninas juntaram-se para acompanhar o tratamento, e de uma demanda individual reunimos o grupo para uma sessão de terapias, relaxamento, massagens e inalação de essências terapêuticas.
Práticas Pedagógicas Integrativas:
Alternativas para atuar com jovens.
Apreciando a Pedagogia dos Sonhos Possíveis de Paulo Freire, em sintonia com a Pedagogia da Ponte de José Pacheco, nada melhor do que investigar o que temos de potenciais dentro de nossos grupo e perguntar a eles, o que desejam aprender!
Assim caminhamos para as próximas atividades:
- Criatividade desde a investigação coletiva.
- Construção de Arranjos de Flores do Cerrado
- Construção mandalas com elementos orgânicos.
Criatividade desde a investigação individual, observando os jovens os facilitadores estavam buscando propostas e não impondo ou controlando atividades.
Carlos foi um dos jovens que pró-ativamente gerou um processo criativo e artístico desde de sua própria iniciativa. Esse comportamento demonstrou uma personalidade aberta e sensível para promover, propor e inspirar.
Ruan, nosso facilitador voluntário de 18 anos, inspirou os jovens na cocriação de uma mandala com elementos da natureza. Ele também esforçou-se para integrar-se a roda de outros jovens que estavam distante do grupo, levando a eles a proposta de conversar sobre espiritualidade, tema que ele tem interesse.
No final ele comentou que foi difícil vencer as brincadeiras e ter uma conversação produtiva, o que lograram no final do período.
Novamente constatamos como é importante o esforço dos facilitadores para com os jovens acolhidos, pois seu interesse e concentração é muito volátil. De fato essa conexão foi uma das mais comemoradas por nossa equipe pois confiamos no Ruan, por ser o mais novo facilitador, apenas 18 anos, para levar aos jovens a mensagem de nosso objetivo com o curso de uma maneira mais criativa e acessível.
Descobrimos com o Luan que os jovens tem um interesse grande em investigar sobre suas habilidades pessoais, muitos não fazem ideia por onde passa seus talentos ou volição, não obstante, quando propomos atividades criativas muitos respondem de forma positiva.
Perguntamos ao Luan o que ele queria fazer, e a resposta foi direta: desenhar!
- Aprofundar no interesses e habilidades de cada um dos participantes.
- Incentivar a liderança Positiva
Concomitantemente a esse processo de aprendizagem livre seguimos com a programação com outra parte do grupo. Na agenda, a Capoeira. Sentíamos que o esporte era muito necessário como proposta pedagógica para os jovens.
Terminamos o primeiro dia com êxito!
Continuidade do Cultivo: Segundo dia.
Segundo de atividades com os jovens acolhidos, o grupo inicial do Sábado teve mudanças. Alguns não poderiam vir e outros vieram no lugar. Assim como um lar de acolhimento teríamos uma configuração diferente, incluindo a equipe do CERRATENSE que também trocou de guarda-segurança.
Intempéries: O segundo dia começou com alguns contratempos.
Uma jovem que não havia participado do grupo de Sábado, e estava vindo no Domingo, ficou insatisfeita e queria ir embora e junto incentivando outros a irem embora com ela. Outros jovens estavam utilizando áreas do local que não se poderia como parapeitos do prédio.
O segurança do espaço, que não havia estada no primeiro dia, vendo as ocorrências do livro do primeiro dia ficou nervoso. Os educadores ficaram nervosos. A polícia ambiental e o Diretor do Jardim Botânico foram chamados e também ficaram nervosos. Foi uma situação caótica em apenas 1 hora.
Foi necessário uma mediação com os jovens que queriam ir e os que queriam ficar, o Diretor do Jardim Ambiental, os Educadores Sociais e a Polícia Ambiental que queriam que o evento acabasse.
Mediação:
Aprendemos que o foco de uma tensão está na incapacidade de ser responsável pelas emoções que as relações entre sujeitos com históricos de exclusão e marginalização geram ao desafiar as regras com seu comportamento. Identificamos o desafio de trabalhar a comunicação das emoções e como ser responsável por elas e por nossa comunicação assertiva.
Atitudes tomadas:
O segurança compartilhou sua incapacidade emocional de lidar com a questão em um conversa confidencial e de restauração. O segurança do segundo dia não havia sido comunicado ou preparado sobre o evento e o contexto previamente.
O Jardim Botânico acolheu os jovens e lhes ofereceu uma oportunidade de permanecer após a contextualização do primeiro dia e do trabalho que queríamos realizar a longo prazo. Os responsáveis também não estavam cientes do contexto em sua totalidade e da complexidade de operarmos com tantos jovens acolhidos fora do contexto tradicional de comando e controle.
A PM não agrada os jovens e solicitou-se para deixar o local. A PM foi excluída o que sistemicamente não é bom. Teríamos outras maneiras de constelar essa situação. Este foi um ponto cego de nossa equipe.
Aprendizados
Análises de causas que poderiam ter evitado as intempéries
- Jovens: Ao momento de tensão oferecer a eles escuta e a possibilidade de serem protagonistas em sua decisão. Devem entender a origem de suas emoções e as causas que elas promovem quando não são controladas e ou canalizadas de forma positiva. Aprender novas estratégias de comunicar-se. Os jovens que quisessem regressar, poderiam.
- Segurança Privativa: Oferecer a eles preparos para que não se assustem ou sejam incapazes de lidar com suas emoções e com o contexto. É necessário desenvolver habilidades que os conduzam para atitudes compassivas e de diálogo desde da comunicação não violenta e punitiva. Pela empatia é possível resolver situações sem acionar o poder local e desestruturar o ambiente de confiança
- Educadores e Mães Sociais: Necessitam da presença das promotoras e precisam recuperar a confiança nos jovens.
- Diretores Institucionais: Devem ser incluídos desde do princípio. Por exemplo, o guia do parque não cumpriu o acordo e não participou. Os jovens fizeram a trilha sozinhos e sem acompanhamento especializado.
- Voluntários e Facilitadores: Devem chegar antes e estar preparados para dividir os jovens em grupos de no máximo 10.
02 facilitadores por grupos.
Mais 02 facilitadores para o espaço.
Nesse caso estamos falando de 10 voluntários no mínimo atuando em tempo contínuo! - Organizadores: Precisam ter a garantia dos voluntários. Precisam conversar com os líderes dos abrigos, dos jovens, do espaço, da segurança do espaço, dos voluntários e ter o compromisso de cooperar frente adversidades. Pois sempre passa algum aprendizado!
Continuidade do Cultivo: Segundo dia após as mediações.
Alguns jovens optaram por fazer a trilha e conhecer o Jardim Botânico acompanhados das mães sociais.
O guia do Jardim Botânico não compareceu.
Autocuidado e Cuidado Coletivo
O educador Matheus Dounis ofereceu uma dinâmica de automassagem para a tomada de consciência corporal.
Jogos Cooperativos
Parte do grupo ficou para atividades com o empreendedor, educador físico e professor de dança, Douglas, que conhece e atua com jovens deste contexto.
Arte transformadora
Parte do grupo ficou para atividades com teatro e improvisação com Prem Kumar do Jnana Mandiram.
Sistematização dos Teatros
Um grupo que observava os teatros ficou na sistematização das peças.
Uma peça ficou registrada como uma tecnologia social: O teatro dos sábios: virou um jogo, utilizando apenas chapeú e um buquê criamos uma dinâmica de aprendizagem livre.
Entrega dos Certificados
Ao final realizamos uma festa de aniversário e entregamos os certificados de conclusão da primeira formação integrando todos os lares do acolhimentos que aderiram a convocatória.
Entrega dos Certificados
Certificado de participação entregue aos jovens do sistema de acolhimento do DF. O momento da entrega dos certificados, sem qualquer necessidade de prova ou exigências foi algo que elevou a estima dos jovens. Consideramos esse momento como um momento de inclusão social e de apoio ao processo de auto estima para eles, muitos espantaram-se e ficaram felizes de receber um reconhecimento, mesmo que, as atividades tenham sido por alguns, não reconhecida como um curso.
Em verdade a formação era transgressiva, tinha esse caráter de desconstruir paradigmas sobre o processo educativo, objetivo o qual realizamos com êxito.
Certificadores:
Ministério Público do Distrito Federal
Universidade de Sabedoria Ancestral
Embaixada da Paz
Jnana Mandiram — Templo de Sabedoria
Colheita do Projeto Colaborativo
Resultados transformadores da investigação
Engajamento por relação coletiva:
Por meio do tecido social gerado no primeiro dia com os grupos com jovens, educadores, mães, promotores, universitários, oferecendo uma conexão transdisciplinar e intergeracional sugerimos continuar os projetos pela associação dos integrantes de cada grupo podendo incluir mais jovens.
Grupo 1:
Projeto Desenvolvimento Pessoal: Líder Julia
Grupo 2:
Projeto Integração com Natureza: Líder Rosemeire
Grupo 3:
Projeto de Conexão Interior: Líder Isaly
Grupo 4:
Projeto Desenvolvimento Esportivo: Líder Junio
Grupo 5:
Projeto Desenvolvimento Artístico: Líder Luan
Grupo 6:
Projeto de Expressão e Linguagem: Líder Vinícius
Grupo 7:
Projeto Sonho de Mãe
Grupo 8:
Projeto Intercâmbio de Saberes
-> Tema 1: Direito Sistêmico para Lares (Jovens e Mães)
-> Tema 2: Metodologias Alternativas e Complementares como a TCI — Terapia Comunitária Integrativa
Novas Habilidades Adquiridas:
Mental: Ferramentas para controlar a mente através de atividades individuais e coletivas.
Emocional: A escuta empática e o abraço sincero desde da busca de conexão a confiança para desenvolvermos novos caminhos juntos.
Física: Movimentação constante frente às necessidades de explorar ou expandir.
Espiritual: Passamos a importância de reconhecer o corpo, a respiração a emoção e o cuidado com nosso próprio ser antes de tudo,
Social: A interação aconteceu sem qualquer tipo de controle ou perfis. Atuamos desde da escuta, sentir e deliberando de forma equânime.
Cultural: Associando voluntários de diversas classes sociais e de diferentes níveis de consciência e classe de profissão oferecemos a eles novas referências.
Ambiental: Integração com bioma local de duas formas. Pela própria necessidade e pela apresentação do Diretor do Jardim Botânico.
Monetária: Não abordamos esta dimensão diretamente. Consideramos que também tem valor monetário as dimensões acima.
Discernindo com Sabedoria:
Desafios:
Trabalho individual-coletivo de escuta e cuidado.
Como fazer com eles escutem? -> Sendo cuidados?
Os desafios para que escutem esta em parte: abrir o coração, expor as emoções, trabalhar os sentimentos falando o que se sente e reconhecendo a origem e causas desses.
Aprofundar nos interesses e habilidades de cada um, desde de um processo de autonomia e conexão com referências que possam apoiar o processo de investigação e o auto desenvolvimento de cada ser que está ainda conhecendo-se.
Preparar o jovem para a sua saída
Como fazer com eles estejam preparados? -> Sendo motivados?
Os desafios para que desenvolvam seu despertar para o que virá ao sair dos lares é oferecer a eles micro experiências onde possam viver essa experiência com apoio para que tenham ciência de que esse dia já chegou.
Permitir que a liberdade que eles têm seja usada com sabedoria.
Cada momento é uma oportunidade para preparar-se para o que virá.
Onde e o que posso empreender?
Com quem?
A escola é o único caminho válido?
Oferecer a eles uma possibilidade de integrar-se desde de sua realidade a outras é um desafio.
Apoiar as mães e educadores sociais para sua missão permanente através do acolhimento desses atores com cuidado e afeto, para que possam sentir-se nutridos e oferecer o mesmo.
Como fazer com elas sejam nutridas? -> Apoiando-se mutuamente?
Os desafios para que esses profissionais estejam fortalecidos permanentemente depende da integração entre seus pares e novas experiências com profissionais que possam cuidar e oferecer afetividade.
A Terapia Comunitária Integrativa — TCI seria uma alternativa para essa classe de profissionais.
Os jovens podem inclusive participar e escutar como participam nos problemas somatizados ou não desses protagonistas da transformação social.
Apoiar as instituições legais e seus representantes
Como fazer para apoiar a mediação e acordos?
-> Gerado mais espaços de confiança entre todos os protagonistas e antagonistas?
Os desafios para que tenhamos uma assembleia participativa nesse contexto requer um movimento de reparação de danos e de melhoria da expressão baseando-se na confiança mútua.
Será necessário um trabalho contínuo de articulação da rede de acolhimento para que outras iniciativas como essa sejam empreendidas e que os jovens possam ter caminhos alternativos de integração além dos formais.
Para que isso seja contínuo requer um grupo de estudos focado em estabelecer um tecido social colaborativo com voluntários especialistas e mentores chaves.
Expandindo os Resultados em Rede
Com a formação e a contínua comunicação por meio do Whatsapp tivemos eventos que expandiram os resultados transformadores desse processo.
A pedagoga Patrícia Morgado localizada em Taguatinga/DF, participando do grupo do Whatsapp, disponibilizou a sua Casa Colaborativa, em reforma para ser inaugurada, para a continuidade do projeto Formação de Lideranças Participativas Jovens a partir do mês de Novembro de 2017.
Ao mesmo momento estávamos visitando o projeto Jovens de Expressão localizado na Ceilândia/DF. No momento em que recebemos o convite de residir como Facilitadores na Casa Lila propusemos replicar o modelo dos Jovens de Expressão em Taguatinga pela proximidade e além de ambos os projetos terem uma forte sinergia.
Nos Jovens de Expressão, além de várias oficinas criativas, existe uma tecnologia social chamada LECRIA: Laboratório de Empreendimentos Criativos. É uma forma de oferecer aos jovens outra alternativa no processo de desenvolvimento pessoal por meio de mentorias e incentivos financeiros.
Isto quer dizer que o jovem que esta entre 16 e 18 anos e tem que buscar sua autonomia pode ter mais opções e oportunidades sociais desde de seus talentos e interesses além de estudar para o vestibular ou ter um emprego do qual ele o faz apenas pelo dinheiro.
Além disso, muitos dos jovens de periferia ou do sistema de acolhimento, não tem oportunidades senão do tráfico de drogas ou da rede de prostituição.
A ONG Ruas e o Instituto Caixa Seguradora parceiros fundadores do projeto Jovens de Expressão que desenvolveu o LECRIA sabe bem dessa realidade e por isso animou em conhecer a CASA LILA.
Para saber mais sobre o LECRIA clique aqui.
Com o coletivo Jovens de Expressão Taguatinga iniciamos um processo de auto gestão que nos poderia levar a replicar o modelo exitoso de intervenção comunitária na Ceilândia, estendendo aos jovens acolhidos as oportunidades sociais das oficinas criativas e o LECRIA.
Para saber mais sobre o processo de nascimento do coletivo Jovens de Expressão Taguatinga clique aqui.
Com a participação dos Jovens na Casa Lila, alcançamos nosso objetivo principal, envolvê-los no processo de tomada de decisão e participação.
Para saber mais sobre o processo de participação e engajamento dos jovens no coletivo jovens de expressão Taguatinga clique aqui.
Durante o mês de Novembro de 2017 criamos uma agenda para receber os jovens acolhidos e a comunidade na Casa Lila, inspirados no modelo Jovens de Expressão da Ceilândia. Também criamos uma agenda de encontros semanais com os jovens, voluntários e os facilitadores do projeto em expansão.
Para saber mais sobre as oficinas com voluntários e facilitadores clique aqui e em seguida, clique aqui e aqui.
Realizamos formações específicas com o objetivo de aproximar voluntários, educadores e jovens acolhidos em uma mesma temática: a criação de Projetos de Vidas.
Na primeira turma do curso CoCriando Projetos de Vida em Comunidades queríamos realizar uma experiência que pudesse nos apoiar a mudar a rotina dos jovens nos lares sociais.
Com essa provocação a equipe participante criou um jogo chamado: Caminho Quádruplo. O jogo consiste em uma metodologia que apoia os educadores, assistentes e mães sociais em cumprir a jornada do jovem no lar ou acolhimento.
Para saber mais sobre esse jogo clique aqui.
A segunda turma composta por mães sociais vivenciaram na prática, sem saber, o jogo que foi criado pela primeira turma como experiência.
Para saber mais sobre essa formação clique aqui.
Para ver o vídeo com detalhes dessa formação clique aqui.
Convite para participar do Green Move Festival
Um dos jovens acolhidos e que participou da formação foi convidado pela atriz Maria Paula para participar da abertura do festival Green Move no Planalto, com 100 mil pessoas, Juno foi ao palco para levar uma mensagem ao público.
Juno viveu um dia de artista. Ele esteve no Back Stage com artistas como o Nando Reis e foi tratado como uma celebridade.
No palco Juno deu um grito de surpresa e felicidade ao ver os celulares para cima na abertura do festival junto com sua anfitriã a atriz Maria Paula.
Palestras para Jovens Acolhidos com Carlos Roberto Santos
Carlos Roberto dos Santos, oficial da aeronáutica da Força Área Brasileira sabe muito bem o que é viver nas ruas e estar em uma situação de vulnerabilidade. Viveu até os seus 18 anos na rua e ou em fundações para menores abandonados e infratores.
Carlinhos tem uma história de vida muito interessante. Com apoio de um Diretor da FUNABEM no Rio ele conseguiu estudar e entrar no concurso da Força Área. Carlinhos fundou o Instituto Pró Menor e há 30 anos desenvolve ações de apoio a jovens em situação de vulnerabilidade. Carlinhos recebeu uma indicação ao prêmio nobel da paz.
Roda de Conversa na Semana Brasília Criativa
No dia 07/11 apresentamos a rede acolhimento colaborativa no centro comercial de Brasília Venância 2000 durante um evento de redes colaborativas.
Entrevista na Semana Brasília Criativa com Jovem Acolhido
No dia 07/11 no centro comercial de Brasília Venância 2000 durante a semana Brasília Criativa realizou-se uma entrevista com a jovem acolhida, transexual, Islay Sampaio.
O nascimento da rede de acolhimento colaborativa
A Matriz do fruto colhido.
O que descobrimos nas reuniões de resultados e celebração de nossas ações foram que havíamos tecido uma rede colaborativa em torno do propósito de apoiar a rede de acolhimento institucional de acolhimento.
Ambas as redes são de suma importância e precisam atuar em rede.
Durante a reunião do dia 06/12 apresentamos a linha de tempo das ações que revelam a rede de acolhimento colaborativa e seus resultados. Para visualizar, clique abaixo no link na legenda da imagem abaixo.
A Casa Lila também celebrou seus resultados e o encerramento do ano de 2017 com um encontro cheio de energia!
Sementes ao vento!
Devido todos os processos terem sido desenvolvido com o apoio do Ministério Público por meio da promotoria pública da infância e juventude, conseguimos institucionalizar o projeto Jovens Liderança Participativa.
O desenvolvimento de um projeto colaborativo, de centro vazio ou caórdico (cãos + ordem) pode tecer e empreender com as instituições formais, basta vontade, objetivos claros e métodos de gestão compartilhada.
Temos uma experiência exitosa no Distrito Federal sendo potencializada.
Se você esforçou-se lendo esta sistematização até aqui, quer dizer que você pode ter o interesse em replicar esse modelo.
Para replicar é preciso confiança no processo de fluxo.
Caso tenha interesse em aprofundar-se ainda mais, compartilho abaixo as sistematizações do processo em um nível mais detalhado de como atuamos, lembrando que cada local terá suas particularidades, por isso, as metodologias participativas, colaborativas e criativas são fundamentais para compreender como empreender em rede e de forma colaborativa.
Anexos
Os anexos estão no meu google drive e caso não abra, podem solicitar para mim o pedido que eu libero sem qualquer ônus.
Prema Avatar Das e Govinda Jaya Jaya
Docentes da Universidade de Sabedoria Ancestral
prema@mentoriaorganica.net
Agradecimentos
Ministério Público Federal
Promotoria da Infância e Juventude do Distrito Federal
Lares de Acolhimento
Rede de Acolhimento
Conselhos Tutelares
Justiça Federal
Polícia Militar
Secretarias do Trabalho, Saúde, Desenvolvimento Social, Mulheres, Racial, Educação do DF.
Jnana Mandiram
Missão Vrinda e Associação Hare Krisna DF
Universidade de Sabedoria Ancestral
Embaixada da Paz
CERRATENSE
CASA LILA
UNIPAZ
OIDA WORLD PEACE THERAPY
Facilitadores e Voluntários:
Andressa, Consuelo, Cacau, Maria Paula, Govinda Jaya, Prem Kumar, Prema Avatar, Camila, Karina, Pedro Cortes, Educadores Sociais, Lares Sociais, Rosana, Luisa, Douglas e Júlia, Almir Gomes, Luis Mateo
Capoeira: Miguel Chocolate, Julia Nabuco e Isabel.
De foto: Alexia Fidalgo e Mario Kertesz,
Equipe de Transporte MP: João, Coletivo Medusa: Guga, Gabriel e Nininha Albuquerque, Coletivo Dharma: Gabi Dias e Ruan
Memória e Invenção: Mateus Dounis, A Ponte: Samara, Isah Araujo e Fernanda,
CSA Brasília,
CEASA,
Instituto Semeando Saberes: Ana Cristina,
Picnik: Miguel Galvão e Júlia Hormann, Linderberg,
Impact Hub: Deise Nicoleto
Casa Lila: Patrícia Morgado
Instituto Caixa Seguradora: Alice Scartezine
ONG Ruas: Yan e Antonio Pádua